O dilema do uso das Teles  sem protocolos

O dilema do uso das Teles sem protocolos

Todos nós temos levantado a bandeira das TELES em suas diversas formas de uso na Saúde. A pandemia trouxe oportunidades de avanço. Mas, existe um núcleo “duro” assistencial que envolve a atual INACESSIBILIDADE E IMPOSSIBILIDADE técnica, pratica , NA BEIRA DO LEITO OU À SUA DISTÂNCIA, para acesso à leitura dos dados correntes assistenciais em suporte orgânico nos Centros de Terapia Intensiva. Objetivamente, eu me refiro às telas de monitoração cardíaca, ventiladores mecânicos ( “respiradores”) e de equipamentos de hemodiálise em suas diversas versões. Isto se tornou crucial, envolvendo a necessidade de profissionais médicos e outras especialidades SENIORES que se expuseram ate se contaminarem, ou o seu afastamento completo ( o MS através da Rede Federal afastou médicos experientes acima de 60 anos, que podiam ter contribuído se houvesse essa possibilidade à distancia) . NÃO HÁ INTENSIVISTAS e NEFROLOGISTAS experientes disponíveis para VISITAS PRESENCIAIS a todos os Pacientes.
Lembram da mortandade em Manaus no Amazonas? Pois então, NÃO HÁ HEMODIALISE NAQUELE ESTADO FORA DA CIDADE DE MANAUS. Imaginem a mortalidade ou melhor, a letalidade. Muito blá blá blá e POUCA AÇÃO QUE FAVOREÇA ASSISTÊNCIA.

Nao falar sobre isso é enterrar a cabeca como avestruz, so que na lama assistencial.
MENOS DISCURSO E MAIS AÇÃO TECNOLÓGICA DE INFORMAÇÃO E PROTOCOLOS DE COMUNICAÇÃO DAS TELAS DESSES EQUIPAMENTOS .

Na esteira de balanços de lições até agora na pandemia, acho importante destacar um ponto que envolve plataforma tecnológica de TI em equipamento de suporte orgânico.
TODOS os equipamentos de suporte mecânico ventilatório e os de suporte nefrológico (vamos simplificar e explicitar como “hemodiálise contínua” ou “hemodiálise convencional”.). Todos os equipamentos são digitalizados bem como seus dados de input e output e suas interfaces . Mas o que tem existido na pratica: FOTOS DE TELAS COM CELULARES NA BASE DA BOA VONTADE E ESFORÇO DE ENFERMEIROS E MÉDICOS.

O que se faz OBJETIVAMENTE para permitir PROTOCOLOS DE COMUNICAÇÃO DE TI que estejam de acordo com LGPD e esteja em ambiente seguro???? Que permita que NEFROLOGISTAS E INTENSIVISTAS SENIORES, médicos e enfermeiros, efetivamente possam CONTRIBUIR com jovens equipes assistenciais??? Um desperdício e desserviço simplesmente AFASTAR médicos seniores acima de 60 anos da assistência.

Na prática, NADA FOI FEITO. Fica aqui o aviso, a lição e o DESAFIO.

Levantem a letalidade especifica de populações de pacientes COVID19 em diálise ! Levantem a incidência de doença na população de intensivistas e nefrologistas, médicos e enfermeiros, por FAIXA ETÁRIA, e fica constatado o absurdo de em pleno seculo XXI “brincarmos de TELE” máximo usando FOTO DE CELULAR sem protocolos de comunicação institucionais, apesar de existirem condições tecnológicas para isso!

Agora , aguardemos as “pancadas”.

João Luiz Ferreira Costa, médico